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Novembro, 2007
Passo Fundo, RS

Materiais e métodos

Um experimento de avaliação de genótipos com quatro repetições dispostas em blocos inteiramente ao acaso, e outro com parcelões demonstrativos, casualizados, com duas repetições, foram conduzidos sob plantio direto, tendo soja como cultivo precedente, na Fazenda Pouzinho, localizada próximo à cidade de Maracaju, MS, latitude 21º 78’ 02”, longitude 55º 23‘ 45”, altitude de 470 m (Fig. 1). O solo na área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico, antes denominado de Latossolo Roxo, sendo derivado de basalto, apresentando 60-70% de argila (demais características apresentadas na Tabela 1).

Pouco antes da semeadura manual, uma semeadora comercial para plantio direto foi empregada na distribuição de fertilizantes, nos sulcos de semeadura. Nesta operação 100 kg de uréia (46% de N) + 100 kg de sulfato de amônio (21% N e 24% S) + 100 kg de cloreto de potássio (60 % KCl) + 100 kg da fórmula de NPK (10,5-54-00), perfazendo um total de 77,5 kg de N, 54 kg de P2O5, 60 kg de K2O e 24 kg de S, foram aplicados.

A semeadura foi realizada em 12 de abril de 2006 e a emergência foi observada em 20 de abril. Parcelas foram constituídas de quatro fileiras de plantas, com espaçamento entre fileiras de 0,40 m e 5 m de comprimento, perfazendo área de 8 m2. Ao lado do experimento de genótipos, foram conduzidos parcelões de demonstração, com duas repetições, e 5 fileiras de plantas, com espaçamento entre fileiras de 0,4 m e 20 m de comprimento, perfazendo 40 m2 cada.

Após a semeadura, foi aplicado Clorpirifos (Clorpirifós 480 EC, 800 mL/ha) para controle de lagartas. Em 12 de junho, o inseticida Clorpirifos (Clorpirifós 480 EC, 100 mL/ha) + Metomil (Lannate 215 SL, 500 mL/ha) também foi aplicado, para controle de lagartas.

O rendimento de grãos foi avaliado com base na colheita de duas fileiras centrais de plantas com 4 m de comprimento (3,2 m2). Nos parcelões de demonstração, o rendimento de grãos foi determinado com base na média de duas sub-amostras de áreas centrais, com 3,2 m2 cada uma. A colheita foi realizada manualmente e as plantas foram mantidas em sacos secando ao ar até atingirem, aproximadamente, 10% de umidade e foram, então, trilhadas em trilhadeira de parcelas. As amostras de grãos foram limpas com auxílio de conjunto de peneiras.

As observações fenológicas foram realizadas com base em critérios adotados no Canadá e na Austrália1, de acordo com as definições que seguem. Data de emergência: data em que 50% das plântulas da parcela emergiram. Início da floração: data em que 50% das plantas têm pelo menos uma flor. Fim da floração: data em que não restam mais flores, exceto em plantas atípicas. Estatura de planta: altura média de plantas até a extremidade superior dos ramos com síliquas. Data de maturação: data em que 50% das sementes mudaram para cor escura nas síliquas localizadas sobre o meio do rácimo principal das plantas. Uma avaliação subjetiva do nível de estresse hídrico foi realizada com base no aspecto visual das plantas com notas variando de 1 = sintomas fortes de falta de água até 9 = sem estresse (plantas com aspecto normal).

A precipitação pluvial no período da semeadura à colheita perfez o total de apenas 95 mm (Tabela 2) e longos períodos sem chuva foram observados. A fim de permitir comparação, no Núcleo Experimental da Fundação MS, em Maracaju, a precipitação média de março a julho entre os anos de 1995 a 2004 foi de 309 mm com a seguinte distribuição: em março, 14 mm; em abril, 105 mm; em maio, 82 mm; em junho, 70 mm; e em julho, 38 mm (Fundação MS, 2005).

Lavouras comerciais foram estabelecidas e conduzidas após treinamento de técnicos e agricultores. Um total de 3.224 ha foram semeados no município de Maracaju, pelo quarto autor, com o acompanhamento técnico do terceiro autor. Outras doze lavouras foram estabelecidas nos municípios de Maracaju e de Sidrolândia, com a assistência técnica do segundo autor, cujas características, tecnologia empregada e outros detalhes são apresentados na Tabela 3.


1 Comunicado por e-mail do dr. Greg Buzza, melhorista de canola da Advanta Canada Inc., a Gilberto Omar Tomm, em 16/4/2003.

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