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Dezembro, 2005
Passo Fundo, RS

Resultados e discussão

Após a avaliação nos ensaios preliminares, intermediários e finais de rendimento de grãos e nos ensaios de caracterização, a cultivar BRS 220 apresentou ciclo intermediário (média de 69 dias no Paraná e de 76 dias em Santa Catarina, da emergência ao espigamento), baixa altura de planta, resistência ao acamamento, moderada tolerância ao crestamento e à debulha. Dados preliminares indicam que a cultivar apresenta baixo nível de dormência e, consequentemente, suscetibilidade à germinação pré-colheita. Os grãos são de textura dura, alongados e de coloração vermelha. Quanto à resistência as enfermidades, até o presente momento, apresenta moderada resistência à ferrugem da folha, em nível de campo e, em condições controladas, é suscetível as raças B32 e B50. Em relação à ferrugem do colmo, não foi possível avaliar porque não houve ocorrência durante o período de experimentação no Paraná e em Santa Catarina. É moderadamente resistente às manchas foliares, mancha das glumas e ao vírus do mosaico. É moderadamente suscetível ao oídio e à giberela e suscetível ao VNAC.

A Tabela 1 apresenta dados de rendimento de grãos, nas duas regiões tritícolas do estado de Santa Catarina. Na média de quatro experimentos, no período de 2001 a 2004, na Região 4, BRS 220 produziu 4.200 kg/ha, superando em 6% a média das testemunhas, que foi de 3.971 kg/ha. Na região 5, na médias do período de 2001 a 2004, produziu 3.830 kg/ha, 4% a mais que a média das testemunhas, que foi de 3.678 kg/ha. Cabe salientar, que em 2002, o experimento foi prejudicado pela ocorrência de geadas tardias na região 5.

A Tabela 2 apresenta os resultados de algumas análises físicas, físico-químicas e tecnológicas (características reológicas da massa), que servem para determinação da qualidade da farinha de trigo. Na cultivar BRS 220, os valores médios da força geral de glúten (W), do índice de expansão da massa (G) e da relação P/G, em 37 amostras, no período de 1999 a 2002, foram da ordem de 259, 21,5 e de 3,2, respectivamente. Esses resultados indicam glúten de boa força, boa capacidade de expansão da massa e bem balanceado, ideal para panificação, podendo ser enquadrada na classe trigo Pão. Os valores médios do peso do hectolitro (PH), peso de mil grãos (PMG) e extração de farinha (EXT), da ordem de 78,8, 36,2 e 60,0, respectivamente, indicam que essa cultivar pode proporcionar considerável rendimento de farinha. Para Santa Catarina, pode-se tomar como referência os dados obtidos na Região 8 do estado do Paraná, haja vista, que as condições climáticas das regiões são similares.

Observando-se os resultados obtidos na experimentação, verifica-se que BRS 220 apresenta rendimento médio de grãos elevado e ampla adaptação, resultado de elevado potencial produtivo, resistência às enfermidades mais ocorrentes nas diferentes regiões e estabilidade de produção através dos anos, caracterizando uma cultivar de rusticidade. Levando em conta esses fatores, aliados à resistência ao acamamento e a aptidão para panificação, a cultivar BRS 220 está sendo indicada para cultivo nas regiões 4 e 5 de Santa Catarina, a partir de 2005, tanto em solos que apresentam fertilidade natural elevada, como em solos corrigidos.

 


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