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Dezembro,
2003 Passo Fundo, RS |
Resultados e Discussão
BRS Figueira apresenta ciclo semitardio, estatura média a baixa e resistência ao crestamento.
CARACTERÍSTICAS VEGETATIVAS
Hábito: intermediário
Posição da folha bandeira: ereta, com freqüência média a alta de plantas com folha bandeira recurvada
Folha - coloração das aurículas: predominantemente incolores, ocorrendo em baixa freqüência, plantas com aurículas pouco coloridas e coloridas.
Características da folha bandeira
Comprimento médio da bainha: 14 cm
Cerosidade da bainha: média para forte
Pigmentação antociânica: ausente ou muito fraca
Características do colmo.
Forma do nó superior: comprido e quadrado
Comprimento médio do pedúnculo: 23 cm
Cerosidade do pedúnculo: média
Diâmetro: fino
Espessura das paredes: abaixo do nó superior - semidelgadas;
abaixo do terceiro nó superior - semi-espessas e espessas
Características da espiga e de seus componentes
Comprimento: curta (74 mm)
Densidade: densa (38 mm)
Número médio de grãos por espigueta: 2,9
Número médio de espiguetas por espiga: 18,3
Cerosidade: média
Forma: fusiforme
Arista: aristada
Coloração: clara
Características da gluma
Pubescência: glabra
Comprimento: longa (9,2 mm)
Largura: média (3,5 mm)
Largura do ombro: estreita
Forma do ombro da gluma: inclinado, com 1% de ombros elevados e 0,5% retos
Comprimento do dente da gluma: médio (59%), comprido (40%) e curto (1%)
Forma da quilha: reta (algumas glumas com quilhas levemente inflexionadas)
Forma do dente: moderadamente curvado
Características do grão
Comprimento: médio
Forma: ovalada
Coloração: vermelho-claro
CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS
Estatura da planta: Conforme dados na Tabela 2, comparando com Trigo BR 23 (95 cm), considerado de estatura média, e Toropi, de estatura alta (123 cm), BRS Figueira pode ser considerada como uma cultivar de estatura média a baixa (de 84 cm a 88 cm; média de 86 cm em Passo Fundo)
Grupo bioclimático: trigo de primavera
Subperíodo emergência-espigamento: Pela análise da Tabela 3, comparando com os ciclos precoce de BR 23 (88 dias) e tardio de Toropi (117 dias), BRS Figueira pode ser considerada como uma cultivar semitardia (média de 100 dias, variando entre 94 e 106 dias, em Passo Fundo, no período 1999-2001)
Ciclo emergência-maturação: Pela análise da Tabela 4, comparando com os ciclos precoce de BR 23 (149 dias) e tardio de Toropi (170 dias), BRS Figueira pode ser considerada como uma cultivar semitardia (média de 159 dias, em Passo Fundo, no período 1999-2001)
Comportamento da cultivar ante a ocorrência de geada na fase vegetativa: moderadamente resistente
Comportamento da cultivar em relação ao acamamento: moderadamente resistente em condições normais de fertilidade do solo, mas moderadamente suscetível em níveis mais elevados de fertilidade do solo
Comportamento da cultivar em relação à debulha natural: moderadamente resistente
Comportamento da cultivar em relação à germinação natural na espiga: ainda sem informação
Crestamento: moderadamente resistente
VARIAÇÃO MORFOLÓGICA E/OU BIOLÓGICA:
Freqüência de plantas altas e precoces: de até 0,2%, com espigas fusiformes e algumas fusiformes/oblongas, apresentando forma do ombro com mesma variação das plantas não variantes
Relativamente às variações descritas para BRS Figueira, foram consistentes e homogêneas nos anos de descrição, podendo assim ser consideradas como intrínsecas ao genótipo.
Reação a doenças :
Ferrugem da folha: Os dados apresentados na Tabela 5 referem-se à reação do genótipo, sem aplicação de fungicidas
Sob condições controladas: Resistente, em plântula, à maioria das raças que representam a virulência no Brasil, exceto a B 37, com nota 3. Após a indicação para cultivo, com o surgimento da nova raça B 50, tornou-se suscetível a essa nova combinação de virulência do patógeno.
Em campo: Até a indicação para cultivo, apresentou para ferrugem da folha, em campo, reação R MS sem aplicação de fungicidas, comportando-se como resistente na maioria das avaliações a moderadamente suscetível em condições de inoculação artificial, em que, ao longo dos anos, a nota máxima de reação foi de 20 S para algumas plantas da população.
Ferrugem do colmo: sem informação (s.i.)
Oídio: resistente em campo e em condições controladas.
Mancha Marrom: s.i.
Mancha bronzeada ou amarela: s.i.
Mancha salpicada: s.i.
Septoriose das glumas: Infecção natural em campo: moderadamente suscetível
Infecção artificial em campo: moderadamente suscetível
Giberela ou fusariose: suscetível
Brusone: s.i.
Bacteriose ou mancha estriada da folha: s.i.
Vírus do nanismo amarelo da cevada: s.i.
Vírus do mosaico do trigo (VMT): suscetível
3. CARACTERÍSTICAS INDUSTRIAIS
Aptidão Industrial: Cultivar classificada como Trigo Brando, conforme Instrução Normativa nº 1, de 27 de janeiro de 1999, do MAPA. Uso indicado para biscoitos, confeitaria, pizzas, massa caseira tipo caseira fresca, mescla com trigo pão e/ou melhorador para panificação e/ou uso doméstico
- Teste de alveografia: valor médio de W = 98 x 10-4J
variação observada: 70 a 124 x 10-4J
- Teor de proteína: valor médio = 12,4%
variação observada: 10,2 a 14,8%
- Farinografia: s.i.
- Informações adicionais:
- Gluteninas: n 2+12 6+8
- Gliadinas: s.i.
- Translocação: s.i.
- Dureza do grão: mole
valor médio: 56,09%
variação observada: 48,17% a 62,70%
- Número de Queda: valor médio: 322 segundos
variação observada: de 159 a 403 segundos
- Relação entre a tenacidade e a extensibilidade (P/L):
valor médio = 0,61
variação observada: 0,30 a 1,07
4. DESEMPENHO AGRONÔMICO NO RIO GRANDE DO SUL E NO PARANÁ
Em 1997, quando participou pela primeira vez como linhagem, em Passo Fundo (RS), do ensaio preliminar de plantio antecipado de ciclo tardio-precoce, destacou-se no rendimento de grãos, com 6% acima da melhor testemunha BR 23 (2.847 kg/ha).
Em ensaios de semeadura antecipada e de duplo propósito (rendimento de forragem e grãos) conduzidos no Rio Grande do Sul e no centro-sul do Paraná, no período 1999-2001, BRS Figueira produziu 1.651 kg/ha de matéria seca, superando em 23% a produção da aveia preta Comum, na média de Passo Fundo, Cruz Alta, São Borja, Uruguaiana, Vacaria, Guarapuava, Castro e Ponta Grossa (Tabela 6). Nesses mesmos locais e período, apresentou rendimento médio de grãos de 3.943 kg/ha e 3.062 kg/ha, nos tratamentos "sem corte" e "um corte", respectivamente, superando em 27% e 39% a média das duas melhores testemunhas trigo por local (tabelas 7 e 8).
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